domingo, 22 de maio de 2016

última página - o Ikon e o Logos






terminarei esta página ,a última ,da mesma maneira como comecei a primeira .sem certezas e com as mesmas dúvidas
.poder-se-á ,de facto ,definir a poesia – experimental ,concreta e/ou visual – como poesia? Alguns ,os puristas da Língua dirão que não .outros ,como eu ,mais virados para as (novas/antiquíssimas ) experimentações ,dirão que sim .e porque a dúvida subsiste e sempre subsistirá ,independentemente ,dos argumentos ,deixo-vos ,com algumas observações assaz consistentes à minha tese ,reservando-me a mesmíssima posição do Alberto Pimenta ,com que ,aliás ,comecei este blogue –“(...) Eu, apesar de não saber também o que essa palavra significa, não faço a pergunta. Não, porque saber o significado não me resolve nenhuma questão. O significado é paragem no tempo, e a questão é justamente o movimento. Porque poesia durante muito tempo parece que foi sonoridade, ritmo sonoro obtido com palavras; só muito mais tarde se tornou sobretudo escrita e, depois disso ainda, imagem criada a partir de palavras escritas: ritmo visual. Esta evolução dá naturalmente que pensar. (...)”



"O Poema Visual utiliza, com rara felicidade, a combinação dos signos verbais com a expressividade da linguagem icónica. Assim, os dois códigos, o digital e o icónico, combinam-se na perfeição para traduzir imagens poéticas e juízos críticos
 Permite ao leitor visualizar ideias a partir da disposição gráfica de palavras e/ou letras ,e ,caracteriza-se por valorizar a imagem como entidade universal

Objectivo – Uma tentativa de romper com a ditadura da forma discursiva do poema."

-Fábio Lucas – ( escritor e crítico literário )




 “poesia visual resulta da intersecção entre a poesia e a experimentação visual. Sendo a tipografia um meio visual por excelência é, no entanto, pela subordinação à fonética silábica ou alfabética, que o seu uso se universaliza e impõe. Contudo, a dimensão visual da tipografia nunca se desvaneceu por completo, apesar de subalternizada ao texto (ou à ideia que o uso atribui ao texto). Convém ter em conta que a escrita alfabética é relativamente recente, e que muito antes dela já se estabelecia a comunicação por imagens. Percorrendo a história das imagens produzidas pelo homem, encontraremos quase sempre paralelamente escrita e imagem, sendo muitas vezes uma a outra. A poesia visual, podendo ser considerada resultante, como foi dito, duma intersecção entre a poesia e a experimentação visual, pode igualmente ser vista como o resultado duma sobreposição entre a escrita e o desenho, uma vez que toda a escrita tem origem no desenho (a escrita poderá ser entendida como um desenho de palavras). Porque é possível pensar simplesmente em imagens, tal como se pode pensar simplesmente em palavras. Portanto, se a escrita e o desenho são meios de comunicação mental, será na mente onde a poesia e o traço primeiro se encontrarão. Mas se escrita, desenho, pintura e tipografia já têm sido objecto de referencia e categorização, falta fazer uma caracterização de poesia. O que será, então, a poesia? Socorro-me da resposta de Alberto Pimenta: “(...) Eu, apesar de não saber também o que essa palavra significa, não faço a pergunta. Não, porque saber o significado não me resolve nenhuma questão. O significado é paragem no tempo, e a questão é justamente o movimento. Porque poesia durante muito tempo parece que foi sonoridade, ritmo sonoro obtido com palavras; só muito mais tarde se tornou sobretudo escrita e, depois disso ainda, imagem criada a partir de palavras escritas: ritmo visual. Esta evolução dá naturalmente que pensar. (...)” 1 A escrita, ao libertar-se gradualmente da função inicial de puro registo de coisas ou factos, descobre e desenvolve uma dimensão artística, dispersando-se pelas mais diversas formas de representação. Ultrapassando, portanto, o seu estádio utilitário, a escrita tornou-se uma forma de arte e, como tal, acompanhou e contribuiu para a evolução das sociedades em que surgiu e actua.”

- Jorge Bacelar ,Universidade da Beira Interior ,2001





Poesia Experimental:
“Sem dúvida que a conquista de outras expressões, em vez de destruir a poesia, é afinal a sua maneira de caminhar no tempo, e é o seu contínuo e inegável poder de metamorfose que lhe confere validade e presença no mundo.”

- António Aragão , in Poesia Experimental 1, Edição Cadernos de Poesia, Lisboa:1964





“Como Ler Poesia Concreta: – Se é pela primeira vez que a vê, não tente lê-la como poesia, melhor, nem sequer tente lê-la de todo: olhe simplesmente para ela. Examine os espaços entre as letras, as variações tipográficas, os espaços à volta das palavras. Considere-a como uma imagem. Depois veja que ideias surgem dessa imagem associadas com as letras e as palavras que há nela.” 

-Ana Hatherly e A. Mello e Castro ,in Revista Link , 1964.





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